Aula, no dia 31/03/12

Como na aula passada, começamos pela oficina de canto. A dinâmica foi semelhante: exercícios para aquecermos o corpo; demarcação de um espaço para a atividade, no caso, pelo Moisés; aquecimento da voz por meio do buuuuuuu e do trrrrrrrrrrr; formações diversas ao sinal dado pela Eva e pelo Ruan, dentre elas, a “coral”. Ah! Desta vez, tentamos fazer letras. Fazer o N foi um esforço só. Depois de tudo isto a cantoria, puxada por crianças individualmente e em pequenos grupos. Até adulto foi: o Sávio chamou a Renata. Onde já se viu? Ela ficou mais vermelha que o nariz de pimentão da Maricota!

Cantadores/as, de um lado, o coro, de outro. Na percussão: Allan Gomes Carvalho no bumbo e Cleuza no chocalho. Esta também deu sua contribuição no coro e o chocalho correu por algumas mãos… Estávamos, então, prontos para a brincadeira.

Ruan no boi procurava não perder a vaqueirinha Mariana de vista. A Duda e o Nado, vaqueiro da primeira geração do Arreda, revezaram com ela este papel.  O Sávio de Mateus tocava no lombo do boi caso eles/as estivessem em perigo. O bicho rodava procurando seu dono e em seguida voltava sua atenção para a/o vaqueira/o. O Nado também entrou no boi, que estava quase “amachurrando” (*) de cansaço antes da hora.

Ao sinal de “amachurra” dado pela cantadora, ele deitou-se, morreu. Veio então a médica, ou melhor, a homeopata Sonia. Não salvou o boi e ainda saiu correndo com todo o dinheiro dado pelo público/coro. Como pode! Veio então nosso conhecido benzedor Sávio e ressuscitou o boi.

Chegou a vez do cavalinho. Elói, cavalinho veterano do Arreda, já no início, tinha dado um show a parte! O Gilberto chamava pela câmera para que aquele momento não fosse perdido. Só o cachorro “verdadeiro”, que estava lá e entrou na roda, não gostou muito. Mordia a barra de chita do cavalinho e chegou a puxar e arrancar parte de sua crina. O boi ele não enfrentou: cheirou, encostou focinho no focinho, virou as costas e saiu.

Terminada a brincadeira, conversamos um pouquinho sobre a aula desse dia e pensamos nossa organização futura em relação à distribuição dos papéis (bonecos e percussão). Comentamos também o fato de o coro ter perdido a força. Ao ficarmos ligados/as na cantadora e na brincadeira, esquecemos de cantar e perdemos a formação inicial, ficando distantes um do outro.

Por fim, enfim, fomos brindados com a carta que o Nequinho, sanfoneiro do Arreda, enviou lá de Olinda/Pernambuco para nós. Disse na carta que foi para Recife, bem pro nordeste do país, em Pernambuco, para ficar com sua namorada, a Joaninha, moça bonita, que participou de uma oficina conosco e fez com ele uma máscara de boi. Foi também para estudar sanfona em um conservatório e ser o melhor sanfoneiro que o Arreda já teve. Brinca na carta que isto será difícil depois de a Paola ter passado pelo Arreda também. Nequinho foi para a terra do frevo, do maracatu, da ciranda, do forro e de muitas coisas mais… Na carta, ele fala de tudo isto e dos bois de lá. Depois que o Nado leu a carta, o Allan G. C. falou que as estórias contadas pelo Nequinho na carta pareciam ou poderiam ser um livro. Uma riqueza só para ler e reler!

– Nequinho, também estamos morrendo de saudades de você! A Márcia avisou a criançada que você vem no aniversário dela. O Nado mal conseguiu ler a carta em certo momento, pois eles queriam saber de qualquer jeito que dia era mesmo o aniversário dela… Acho que dá para você imaginar a cena! Oh! Mais uma coisa: estamos preparando a resposta procê. Inté breve! Lembranças à Dona Joaninha.

(*) AMACHURRAR. Amoitar-se, aquietar-se, encolher-se: “Amachurra boi dorado/ amachurra devagar…” Do folclore do boi-de-mamão. (Novo Dicionário da Ilha)

 

[Fotos pelo grupo. Texto e atualização: RenatA. B.]

Logos Patrocinadores